quarta-feira, 21 de março de 2012

Deitarei na lua vermelha e me perderei


Se eu estivesse perdido você viria me procurar?
Se eu estivesse morto você encontraria uma maneira de me trazer de volta a vida?
Eu estive esperando pelo tempo certo, mas esse pareceu nunca chegar.
Quanto mais tento enxergar mais as sombras tentam me cegar.
Nada nunca foi aquilo que aparentava, sempre estamos presos em uma ilusão fantasma.
Perfeitos, era assim que queríamos que fosse, mas nosso maior erro foi sermos humanos.
Talvez nada tenha existido.
Talvez nunca tenhamos nos encontrado.
Mas será mesmo que eu tentaria te encontrar?
Será que eu te traria de volta a vida?
Não, isso não importa mais.
Perdemos muito para poder continuar.
Em outros mundos poderíamos ter sido um, mas não aqui.
Alguém me espera do lado de lá.
Será como estar em coma, tudo passando e eu apenas esperando.
Talvez só não tenha sido a maneira certa.
Deitarei na lua vermelha e me perderei.

Abismo


 No começo de tudo apenas olhares que vagavam a procura de uma razão para tanta excitação, a cada vez mais estranho se tornava lento como o caminhar do tempo para quem sofre nada deveria ter sido assim, a mudança pairava sobre nos, sombras de um futuro turbulento que estaria por vir.
 Cada passo me aproximava mais do abismo, mas era tão irresistível, então eu cai, me deixei levar pelo que via e sentia, parecia não ter fim, intenso e eterno, me afundava cada vez mais, e eu já não me importava, só desejava cair mais, me perder em meio a tudo.
 Nada é sensato, e uma mão me parou em meio minha queda, foi terrível, o som da maldição que caminhava ate mim, eu não podia acreditar, eu me permitiria acreditar, então fui levado de volta para cima acordando de meu sonho tão bom.
 Todas as mascaras pareceram cair e eu me proibi cair de novo no mesmo abismo, segui em frente procurando uma nova queda, mais profunda e que me fizesse esquecer a anterior, parecia não existir nada que me fizesse cair novamente, porem um dia cai mais uma vez, muito fundo, parecia mais forte.
 Não contava que em mim ainda estavam as correntes que me prendiam ao antigo abismo, então ele se mostrou mais profundo, destruía  tudo em que eu me encontrava, mas por quê?
Eu sempre soube a resposta, meu abismo me queria de volta, era ali que eu devia cair agora mais uma vez eu me via a beira dele, só espero um sinal, uma oportunidade e então me perderei de novo.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Uma massa feita de tudo e nada

 Liberto de mim mesmo me encontro pela primeira vez, Deus como é bom não me prender mais as amarras desse mundo onde me perdi e me encontrei ao mesmo tempo. Fui caindo devagar sem ao certo saber se eu mesmo um dia existi.
 No começo sempre estamos presos as rodas de nosso destino, sem poder mudar, sem ter escolhas, mas com o peso do tempo sobre nossas costas podemos adquirir força e quem sabe até mesmo arrebentar essas correntes.
 Asseamos o fim ,a possível liberdade, mas será, está na morte a pura libertação?
 Somos apenas pó de estrelas, uma massa feita de tudo e nada. Vagando pela loucura de cada dia, urros, sussurros, interlaçados a loucura viva em nosso próprio ser.
 Viva, seja, arrisque, procure por nada, seja cego em meio ao mundo brilhante e assim no fim quando tudo começar de novo você será livre.