E lá estava ele parado em frente as grandes portas de metal
do deposito abandonado, uma enorme estrutura de metal enferrujada
e já bem desgastada pelo tempo, os rumores que ele havia escutado e
as pesquisas que havia feito tudo indicavam que ali era o local em
que a besta que vinha aterrorizando a cidade se escondia.
A rua às
suas costas estava silenciosa e molhada devido a chuva recente, baixando sua
cabeça ele olhou o relógio de pulso, os ponteiro indicavam três e trinta e
três da manha, daqui algumas horas o sol surgiria e provavelmente o monstro
voltaria paras sombras ele precisaria realizar seu trabalho
muito rápido.
Atravessando
a rua ele se dirigiu as portas do galpão, ambas estavam fechadas com correntes
grossas e grandes cadeados, mas aquilo não seria problema para ele,
erguendo a mão esquerda e balbuciando algumas palavras ele fez com que as
correntes se desintegrassem.
Com um chute
fez com que as portas se escancarassem e o que encontrou la dentro o
surpreendeu, havia pedaços de corpos por todos os lados, braços, pernas, e o
que mais o aterrorizou corpos de bebes pendiam do teto de algo que parecia teia
de aranha, definitivamente aquele não seria um trabalho fácil uma criatura capaz de fazer isso deveria ser um
demônio ou algo bem pior.
Caminhando
pelo galpão as cenas que o homem via se tornavam cada vez mais terríveis,
e bem ao fundo ele pode distinguir a criatura, tinha forma de um gigante, porem
muito obeso, o rosto era horrendo seis olhos semicerrados o observavam, a bocarra
cheia de dentes e ensanguentada se abriu em um enorme sorriso quando o viu,
palavras desconexas e mais parecidas com um urru foram escutadas.
"Carrrrrrrrmessim"
O
homem sabia o que era aquilo, não se tratava de um demônio e sim de um deus
caído assim como ele, porem aquele não conseguira se adaptar as
novas condições impostas e optara pelo caminho do terror para se
manter vivo.
Ele
deveria acabar com aquele monstro para garantir a sobrevivência de
sua especie, sem pressa ele se aproximou sempre mantendo contato visual com a
criatura.
"Mammon
o que você se tornou." Disse o homem parando a uma distancia segura.
A
criatura soltou mais um urro fazendo com que seu hálito pútrido chegasse
ate as narinas do homem, este recuou dois passos e se preparou para a luta que estava
a caminho.
O
monstro dera um salto descomunal dirigindo todo seu corpo colossal para cima do
homem, este por sua vez desviou correndo para o meio do galpão, sempre tentando
manter seus olhos de rapina focados em seu adversário.
Ele
era Carmessim o Caído da Carnificina, dedicava
sua existência unicamente a destruir seus semelhantes que se
desencaminharam, em batalha seu foco era a vitória, e o vermelho do sangue
derramado, o mesmo vermelho que lhe dava nome alimentava seu poder.
Se
aproximando do adversário Carmessim invocou seu poder, o sangue espalhado
por todo o galpão respondeu a seu chamado se reunindo ao seu redor criando uma
aura vermelha como seus olhos, canalizando então aquela energia
gerada pela morte ele disparou uma onda de poder em direção a Mammon.
Um
dos braços do monstro sucumbiu ao poder de Carmessim, irado ele partiu para
cima em um ataque insano destruindo tudo ao seu redor e por fim cravando seus
dentes no tronco do homem.
Parecia inevitável a
morte de nosso lutador, o monstro o mastigava feito um pedaço de carne
qualquer, não satisfeito cuspiu o corpo inerte no chão começando
a pisoteá-lo, parecia não haver escapatória.
Porem
Carmessim se alimenta da luta, da destruição e da morte e aquilo só fazia seu
poder crescer, em batalha nada podia detê-lo. Mammon parou assim que
percebeu o que acontecia, uma força invisível suspendeu o corpo do
homem no ar e mais uma vez ele abriu os olhos, dessa vez mais vermelhos que
nunca.
Palavras
começaram a ser balbuciados por Carmessim, palavras antigas de uma língua a
muito esquecida, aos poucos sua aura começou a tomar forma e a queimar em forma
de chamas, chamas rubras, com um único movimento de sua cabeça as chamas
deixaram seu corpo indo em direção a seu inimigo.
Mammon caiu,
seu corpo fora incinerado, nem mesmo o pó restara de seu corpo, ajeitando suas
veste Carmessim saiu, atrás de si o fogo queimava tudo nada resistia a sua fúria.